Frente de Libertação Animal Brasil ataca novamente! Alvo: USP
A Universidade de São Paulo, assim como dezenas de outras espalhadas pelo Brasil e mundo afora, utiliza-se, em larga escala, de animais nos mais diversos projetos de pesquisa, ensino e testes. Alimentando um frenético mercado de animais criados unicamente para terem seus corpos mutilados e experimentados para o "legítimo progresso da ciência".
Os interesses destes animais, indivíduos sencientes, nunca são levados em conta, mas tão somente o de pesquisadores, coordenadores e diretores – com suas bolsas de estudo e vencimentos públicos - que não buscam alternativas ao uso destes animais – afinal, são seu ganha pão, independentemente de questões éticas ou de eficiência -, que são tratados como simples objetos de manipulação para interesses acadêmicos, financeiros ou qualquer que seja seu propósito, sempre injustificável do ponto de vista ético, por se tratar de experimentos não consentidos.
O grupo Frente de Libertação Animal (FLA) invadiu um laboratório do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e destruiu materiais de pesquisas, equipamentos e computadores. Ninguém foi identificado ou detido.
De acordo com a polícia, uma professora da Faculdade de Biologia comunicou a ação do grupo ao 93 DP (Jaguaré), por volta das 10h30m de quinta. O prédio foi invadido por volta das 8h15m. O grupo, que protesta contra a utilização de animais em pesquisas, danificou o microscópio, o monitor do computador, um notebook e cortou os fios dos telefones. Eles espalharam os materiais de pesquisas pelo chão, o que danificou sua utilização. Nada foi levado do laboratório.
A imprensa, como sempre, com pouco ou nenhum entendimento do que se passa em laboratórios de vivissecção , não consegue, ou não quer, enxergar a conexão de um ato de "ação direta" com a motivação deste ato, e seu valor social para uma mudança urgente na sociedade. E, na sua simplória leitura, reporta matérias difamadoras tratando seus realizadores como vândalos ou terroristas, não dando ao menos uma linha sobre as motivações do movimento de Libertação Animal.
O coletivo ativismo (ativismo.com) e o Odeio Rodeio consideram legítimo e justo os atos praticados contra a política vivisseccionista da Universidade de São Paulo, que não respeita o direito à integridade física dos indivíduos abusados em seus laboratórios. Salientamos que atos como estes visam a trazer avanços na luta pela abolição do uso de animais no sistema de consumo, como ocorrido na Inglaterra, em que construção de novos laboratórios envolvidos em testes com animais foi freada dados os altos custos com segurança.
A ciência tem de evoluir, achar novos caminhos. Os Testes em animais são a estagnação da história, ética e metodologicamente.
Outro lado
Sem desmerecer o ato do ponto de vista moral, pois os resultados de uma ciência que não caminha ao lado da ética devem ser desprezados, acreditamos caber, no entanto, alguns questionamentos do ponto de vista estratégico.
O primeiro deles diz respeito aos testes em animais. Tendo os animais o status de propriedade, cujo uso para os mais diversos fins é permitido e incentivado (no caso da ciência), a destruição do laboratório não acarretará em mais testes, para refazer-se o q foi perdido?
Segundo: tendo em vista o paradigma antropocêntrico da ciência e da sociedade, que consideram os animais meros meios para o seu fim, o mais importante é derrubar este paradigma. Ora, os testes e o uso dos animais de forma geral só deixaram de acontecer quando as instituições mudarem. Enquanto a maioria da sociedade aceitar e demandar seu uso ele continuará acontecendo. As instituições só mudam quando as pessoas que as formam mudam, num movimento de baixo para cima. O questionamento: esse tipo de ação, que muitos acabam enxergando como mero vandalismo, ajudam ou atrapalham na difusão das idéias veganas? Ajudam ou atrapalham na conscientização da sociedade para a causa dos Direitos Animais? Há quem diga que atrapalha.Fica a reflexão, sem denegrir a simbologia do ato em si.
Este texto foi enviado ao meu e-mail pelo Caio da banda Ematoma.